quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Para vencer uma discussão com um capitalista basta personalizar a questão!




Um dos conceitos mais difíceis de se entender sobre o livre mercado é a ideia do mercado(muitas opções e indivíduos!). Sendo mais claro, me refiro a questão de que muitas coisas concorrerem com outras coisas para alcançarem mutuamente um equilíbrio. Toda vez que uma discussão é fulanizada, seja sobre "direitos" dos trabalhadores ou "direitos" de acesso a saúde ou habitação, qualquer raciocínio que sai daí é esquerdista e estatal. É uma cilada na grande maioria das vezes.

Se a questão é direito trabalhista, o sentimentalismo é uma forte arma. Vejamos o caso das domésticas aqui no Brasil. Um típico esquerdista brasileiro perguntaria o que pode ser feito para ajudar uma pobre doméstica sem educação que está sendo explorada pelo seu patrão, trabalhando 10 horas por dia sem ganhar nenhum real a mais por isso. Nesse momento um capitalista(como eu!), precisa dar um passo atrás e explicar que a melhor forma de ajudar essa mulher não é lhe dando mais "direitos" que na verdade são deveres para o patrão, e sim penalizando o patrão com a saída dessa doméstica, DEVIDO a existência de outras pessoas(Mercado!) que estejam interessadas em contratar uma boa doméstica. Em suma, devemos sempre deixar que maus patrões(Existem muitos!) explorem seus empregados(Quanto menos leis trabalhistas melhor!) e devemos na mesma proporção criar condições para que pessoas tenham outras opções para escolher, penalizando dessa forma aquele chefe explorador.

Tanto o patrão precisa entender que seu empregado pode sair a qualquer momento, quanto o empregado precisa entender que ele deve estar sempre atento a trabalhos melhores e mais apropriados para a sua situação. A concorrência ou livre mercado se encarrega de dar melhores condições de emprego para os funcionários que estejam interessados em trabalhar. É importante frisar que muitas domésticas merecem no máximo uns 300 reais pelo seu trabalho, enquanto outras merecem no mínimo 1000. Então porque isso não acontece na prática? Simples, existe uma lei estatal que estipula o salário mínimo e atrela ao mesmo diversas outras obrigações custosas como INSS. Se o salário mínimo brasileiro fosse 100 reais, eu garanto que praticamente ninguém ganharia esse salário, já que a própria demanda da profissão forçaria o salário para cima.

Mas domésticas não tem instrução, com poderiam ganhar mais? Aqui, mais uma vez precisa-se dar uma passo para trás e atestar que essa loucura de titulação brasileira precisa parar. Saber ler e escrever é sempre muito importante, mas nem sempre é fundamental para exercer inúmeras profissões e nada impede que assim como muitos brasileiros trabalham de dia e fazem faculdade de noite, outros possam se comportar da mesma forma em relação a alfabetização.

E a última e mais relevante pergunta: E se não tiver outra opção de emprego para aquela profissão? Mais uma vez precisamos observar o mercado(Opções!) e se dar conta de que se um certa profissão é sempre explorada e os salários são baixos, o mercado se encarregará de extinguir essa profissão e os patrões exploradores deverão tomar a seguinte decisão: ou se aumenta o salário e se dá condições melhores ou deixo dessa forma e me concentro em outra áreas de atuação. Nesse quesito é importante frisar que situações que tomaram tempo para acontecer, também tomarão algum tempo para resolver e qualquer solução imediatista deve ser evitada. Isso me lembra da questão das fábricas de vela e a medida que a lâmpada elétrica se desenvolvia como opção de consumo, os fabricantes de vela foram pedir ao governo(Como sempre!) para que o mesmo protegesse os empregos dos operários dessas fábricas, ou seja, qualquer intervenção estatal seria um desastre para o avanço da sociedade e isso está sempre ocorrendo.

Como dica de análise, sugiro que sempre se leve em conta que existe uma sociedade composta de muitas outras pessoas além das envolvidas nas questões particulares, porque na grande maioria das vezes, sempre que uma questão é pessoalizada por esquerdistas, o verdadeiro objetivo é desviar o foco das outras pessoas(igualmente importantes!) que vão ser prejudicadas por algum tipo de intervenção estatal na sociedade em detrimento da vantagem de alguns poucos. No caso das velas, podemos até hoje verificar o sucesso que foi a lâmpada elétrica para as casas e como isso trouxe benefícios para toda a população. Infelizmente alguns empregos tiveram que ser sacrificados, o que não implica que muitos, se não todos os demitidos conseguiram empregos em outros lugares.

Podemos então traçar um paralelo com outras intervenções estatais como bolsa-família, financiamentos habitacionais e educacionais, políticas protecionistas, cotas raciais e diversas outras intervenções que aparentemente ajudam os beneficiados, mas prejudicam de diversas formas toda a sociedade restante e por incrível que pareça, algumas vezes até mesmo os beneficiados são prejudicados diretamente de alguma forma, só que tudo isso fica debaixo dos panos da propaganda estatal e do desejo de muitos de exaltar o estado como solucionador de todos os problemas da humanidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário